Um novo tempo se descortina no cenário da Igreja nestes dias. Quando paramos pra pensar um pouco a respeito da QUARESMA, logo notamos a riqueza desse tempo litúrgico. Aliás, também percebemos a grande possibilidade que temos de restabelecermos nossa relação com Deus e com o “outro de mim”.
Gosto de pensar que a Quaresma é um tempo singular, no qual deitamos no chão da existência humana e levantamo-nos mais devolvidos, uma vez que havia muitas partes de nós esparramadas, caídas por aí, levadas pela miséria do pecado… Essa dinâmica do deitar-se no chão e levantar-se outro, nos ajuda a viver com sacralidade o rito litúrgico das cinzas. Revela nossas fragilidades e limitações, ao passo que também nos põe de pé, levando-nos a acreditar que ainda vale a pena ir adiante; levando-nos também a compreender que estamos em construção, que estamos em reforma. E que nesta reforma é Deus mesmo quem “tira a primeira pedra”. Ele nunca atira. Deus não sabe atirar… Prefere tirar… Devolvendo-nos a nós mesmo a cada dia, surpreendendo-nos com medidas que não merecemos.
Missionário e Seminarista da Comunidade Canção Nova.
Bacharel em Filosofia
Site: www.jeronimolauricio.com
Quaresma, é portanto, esta oportunidade bonita de experimentar em nosso ritmo de vida 40 dias para nos reformarmos, refazermos e observarmos a qualidade dos passos que temos dados rumo à conversão e santidade. Tenho aprendido que a partir desta compreensão, fica claro também que como disicípulos caminhamos no embalo daquele mesmo movimento do Bom Mestre, que jejuou e inclinou-se em oração por 40 dias. Pois bem, é esta a espiritualidade da Quaresma. Todavia, como é próprio deste tempo não queiramos fazer da penitência, das orações, jejuns e tantas outras práticas como um fim em si mesmas. Ao contrário, do mesmo modo que foi para o Cristo, elas também são para nós instrumentos, alicerces que solidificam a construção da nossa salvação. Nesta linda caminhada de 40 dias, deixemos que o Espírito Santo também seja nosso Bom Companheiro de estrada, do mesmo modo que foi para o Cristo. Caminhemos firmes, pois o ápice desta caminhada é justamente o terceiro dia no romper da Páscoa.
Por: Jerônimo Lauricio
Missionário e Seminarista da Comunidade Canção Nova.
Bacharel em Filosofia
Site: www.jeronimolauricio.com
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