domingo, 10 de março de 2013

Parabola do Bom Samaritano

O samaritano é Jesus Cristo, que salva o homem, paga suas contas e promete voltar. A hospedaria é a Igreja, que cuida dos cristãos, e os dois denários são as duas ordenanças, o batismo e a Ceia do Senhor. Ao abordar as Escrituras dessa maneira, podemos fazer a Bíblia dizer praticamente qualquer coisa que nos convenha e, certamente, não encontraremos a mensagem verdadeira que Deus deseja nos transmitir.[4]
A estrada de Jerusalém para Jericó era, de fato, perigosa. Uma vez que os funcionários do templo a usavam com tanta freqüência, seria de se imaginar que os judeus ou os romanos tomassem providências para torná-la mais segura. No entanto, é muito mais fácil manter um sistema religioso do que fazer melhorias na vizinhança. Não é difícil pensar em justificativas para a atitude do sacerdote e do levita. (Talvez nós mesmos já tenhamos usado algumas delas!) O sacerdote havia servido a Deus no templo a semana inteira e sentia-se ansioso por voltar para casa. Talvez houvesse bandidos por lá e estivessem usando a vítima como "isca". Por que se arriscar? De qualquer modo, não era culpa dele que o homem tivesse sido atacado. Por ser uma estrada movimentada, alguém acabaria ajudando o homem. O sacerdote deixou a responsabilidade para o levita que, por sua vez, não fez coisa alguma! O mau exemplo de um homem religioso tem grande poder.[4]
Ao usar o samaritano como o herói, Jesus desconcertou os judeus, pois judeus e samaritanos eram inimigos (João 4:9, João 8:48). Não foi um judeu que ajudou um samaritano; antes, um samaritano ajudou um judeu que havia sido ignorado por seus compatriotas/ O samaritano demonstrou amor por aqueles que o odiavam, arriscou a própria vida, gastou seu dinheiro (o equivalente ao salário de dois dias de um trabalhador) e, tanto quanto sabemos, jamais foi publicamente reconhecido nem honrado. O gesto do samaritano ajuda a entender o que significa "usar de misericórdia" (Lucas 10:37) e ilustra o ministério de Jesus Cristo. O samaritano identificou a necessidade do homem desconhecido e se compadeceu dele. Não havia qualquer motivo lógico para que mudasse seus planos e gastasse seu dinheiro só para ajudar um "inimigo" necessitado, mas a misericórdia não precisa de motivos. Por ser especialista na Lei, o escriba certamente sabia que Deus exigia que seu povo tivesse misericórdia de estrangeiros e de inimigos (Êxodo 23:4-5, Levítico 19:33, Miqueias 6:8).[4]

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